Como manter a saúde mental no ambiente onde passamos boa parte da nossa vida?
- Kátia Silva
- 30 de abr.
- 2 min de leitura

Estar bem com o que se pensa, com o que se sente e com as pessoas ao nosso redor é o que chamamos de saúde mental. Quando um ou mais desses aspectos estão em desequilíbrio, é sinal de que alguns "espinhos" precisam ser retirados do caminho.
Não é que seja mais fácil identificar uma dor física — conheço pessoas que já passaram por vários médicos sem encontrar a causa do que sentem no corpo. Ainda assim, todas elas buscaram ajuda assim que dores persistentes na perna, no estômago ou na cabeça começaram a interferir em seu cotidiano.
Com o mal-estar emocional, porém, surgem dúvidas: "É normal sentir isso?", "Será que estou sendo fraco?", "Será que deveria me importar com isso?", "Onde começa o abuso?" Passamos a desconfiar da própria dor. E como ela é silenciosa e íntima, esperar que alguém a reconheça não costuma funcionar.
Quando, finalmente, alguém admite que não está bem, chega a uma segunda etapa: o medo de procurar ajuda. Há receio de sofrer discriminação, de prejudicar a carreira ou ser julgado de forma negativa. O trabalho, que ocupa uma parcela significativa da vida e das expectativas de realização pessoal, passa a ser visto como um projeto no qual não se pode falhar.
Na busca por esse sucesso, muitas vezes ignoramos sinais importantes e deixamos de perceber que somos, sim, falhos. Nossa energia é limitada e só se renova com equilíbrio, descanso e diversidade de experiências. Somos humanos — e, portanto, finitos em nossa força diária.
Se o problema fosse apenas o entusiasmo do jovem funcionário que quer ser o "colaborador do mês", talvez fosse mais fácil lidar. Mas o desafio é maior. Em muitos casos, as pessoas não conseguem conter suas necessidades emocionais. E, além das próprias limitações, enfrentam barreiras como o preconceito e a discriminação, tanto no momento da contratação quanto na manutenção do vínculo após uma crise.
Sem compreender os desafios enfrentados por seus colaboradores, as organizações perdem a chance de investigar o que há de tóxico em seu ambiente. Como consequência, enfrentam altos índices de afastamento e rotatividade que poderiam ser evitados com um ambiente mais saudável e acolhedor.
A preservação da saúde mental exige uma cultura organizacional que valorize tanto o bem-estar quanto a produtividade. Empresas que investem em programas consistentes, promovem flexibilidade, fortalecem a comunicação, oferecem feedbacks construtivos e criam oportunidades de crescimento, constroem não apenas equipes mais saudáveis — mas também se tornam, elas mesmas, mais fortes e sustentáveis.
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